sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Pintura Cinza

O santo e o pecador convivem lado a lado em seu peito
Lhe dizendo diariamente o que deve ou não ser feito
Não há certo ou errado, apenas o seu jeito

Não há preto e branco, o cinza colore a sua pintura
Bem e mal são dois os lados da moeda da loucura
A realidade é o que mancha a sua alma tão pura

Coloque seus pés no chão e entenda de uma vez
A vida não é um sim ou não, ela se chama "Talvez"
Você é o único que sabe o que a sua mão fez

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Saber:

Às vezes, um olhar é somente um olhar;
Um sorriso é apenas um sorriso;
E um gesto não é mais do que um gesto.
Mas, às vezes, é um jeito do corpo dizer "eu te quero"
Em qualquer idioma.

Então me ouve,
Me lê.
Me entende.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Mesmo Orando

Eu tenho que admitir
Eu não sei mais o que esperar
Agora fecho os meus olhos
E só o que me resta é rezar
Eu não sei mais o que tenho
Ou mesmo se tenho algo
Não sei mais a diferença
Do que eu recebo ou do que eu pago

E mesmo orando
Não sei se alguém ouve minha reza
Nem se pretende atendê-la
Ou se mesmo me despreza

E mesmo orando
Eu sei que não sou digno da benção
Rezo por perdões
E atenções que os céus não me dispensam

Faz tempo que não tenho esperança
E não tenho como negar a fraqueza
Cada vez que o mundo acaba e você corre pra mim
Desmorona a minha fortaleza...


Sou obrigado a admitir
Não sei mais se devo esperar
Se não resta mais nada
Sua fé é a única coisa a se agarrar
Se não sobrou nem orgulho
Conforme-se com a oração
É tudo que você tem
Feche os olhos, junte as mãos

E mesmo orando
Não sei se alguém ouve minha reza
Nem se pretende atendê-la
Ou se mesmo me despreza

E mesmo orando
Eu sei que não sou digno da benção
Rezo por perdões
E atenções que os céus não me dispensam

Faz tempo que não tenho orgulho
E não tenho como negar a desesperança
Cada vez que o mundo acaba e você corre pra mim
É a morte de uma lembrança

domingo, 9 de setembro de 2012

Muito Tarde

Eu já me perdi tantas vezes
Que nem sei mais para onde quero ir
Não me restam muitam escolhas
Nem muitas razões para sorrir

Sinto-me levemente culpado
Por não sentir o que eu digo
Não chega a ser mentira
Mas não é justo com você, nem comigo

Nossos desencontros são as respostas
Mesmo que nós não duvidemos de mais nada
Já sabemos tudo o que precisamos saber
E continuamos, mesmo com as horas contadas

Entendemos o que deveria ser feito
Mas não o fazemos, e acho que é por medo
Sabemos que nossa hora já passou há muito
Mas agimos como se ainda fosse muito cedo

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Combustão

A sombra na parede não pertence a ninguém
Mas está escuro, você não a vê
Você não emite sombra também
Mas sem luz não há o que temer

Se você quiser, pode abrir seus olhos agora
A luz só será real para quem acredita
Me explique o porquê de tanta demora
Para recitar os versos que você nunca cita

Mãos atadas e peito aberto
Sua carne está crua e o fogo é discreto
O combustível será sua alma
E a resposta para o enigma está em sua palma


Creia nisso e talvez você finalmente se encontre
Desate o nó que você mesmo fez
As incertezas foram esquecidas ontem
E seus medos juntos já não somam mais de três

Mãos atadas e olhos abertos
Feche seu peito, seja mais discreto
Deixe sua alma entrar em combustão
E aceite que você tem tudo em suas mãos