quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Reunindo Os Pedaços

A voz que enverga o manto do silêncio
Se derrama aos poucos quando se revela
Os olhos fechados que preferem o escuro
Enxergam melhor quando se fecha a janela

E assim segue o mundo, com escuridão e luz dividindo o mesmo espaço
Palavras quebrando o silêncio, e lágrimas reunindo os pedaços


A mão que agora acaricia seus ombros
Ainda há pouco segurava o longo punhal
As cicatrizes que agoram contam histórias
Já tiveram gosto de sangue, suor e sal

Os crimes que você já cometeu
São nada mais que pesos na consciência
E a boca que ontem lhe beijou
Agora não passa de uma reminiscência

E assim segue o mundo, com escuridão e luz dividindo o mesmo espaço
Palavras quebrando o silêncio, e lágrimas reunindo os pedaços


Os olhares que um dia julgaram
Hoje bajulam aquele que um dia foi o réu
E os pecados que lhe condenaram
Agora são a porta de passagem para o céu

As falanges que foram usadas para apontar
Agora se retraem em punhos arrependidos
E os muros que foram levantados
Apenas cercam corações que foram feridos

E assim segue o mundo, com escuridão e luz dividindo o mesmo espaço
Palavras quebrando o silêncio, e lágrimas reunindo os pedaços

sábado, 11 de janeiro de 2014

Espaço Vazio

Sou a voz que reclama da tua ausência
E a lágrima que não escorre
Sou o olhar vazio e a indiferença
O murmúrio onde o silêncio morre

Sou o crime que pune com a culpa
A consciência que te mantém consciente
Como fragmento de razão visto por lupa
Sou palavra repetida pela tua mente

Há algo faltando, e talvez seja o silêncio do teu sono
Reverberando nas paredes, quase um som de abandono
Há algo sobrando, talvez seja todo o espaco em excesso
Esse vazio ao meu lado, esse 1,60m que eu não meço