quinta-feira, 5 de março de 2015

Pouco A Pouco

Deita, deita tua alma de olhos fechados no meu colo
Aceita, aceita meu abraço, meu calor que eu te consolo
Me deixa, deixa entrar entre teus braços e pensamentos
Me cobre, cobre com tuas asas, dormiremos ao relento

Mas não sentiremos o frio nem o abandono
Nos acomodaremos um no outro e que venha o sono
Mas não precisam vir os sonhos, temos um ao outro
Isso já é razão para perda de razão, ser um pouco louco

Deita, deita teu olhar na minha boca e olha meu silêncio
Me cobre, cobre com tua pele e com teu contrassenso
Me deixa, deixa meu nome na boca como saliva entre as bochechas
Me aceita, aceita como parte do futuro, e o passado você deixa

Mas não deixa ao relento, não há motivo para abandono
Pega a efervescência do que interessa, deixa apenas o que é morno
Não precisa vir o sono, acordados temos um ao outro
Ficaremos despertos e dispersos, nos enlouquecendo pouco a pouco

Nenhum comentário:

Postar um comentário