quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Do Andarilho

Não preciso que ninguém me deixe:
Eu me largo pelo caminho que sigo
E vou deixando pedaços de mim
Sem querer que ninguém me ache,
Largando pétalas nos meus tijolos amarelos.
De visita pelo meu mundo
um andarilho seguirá meu rastro.
Um dia, encontrará meus olhos
(Que olhar distante, onde vai parar?)
E irá seguindo meu rastro até achar meu sorriso.
E quando vir aquela boca com dentes abertos pelas boas lembranças
Alguém vai rir do riso
E das brechas dos dentes.
Guardará sorrateiramente
a janelinha que liga o meu mundo ao dele.
Então, ao seguir as pétalas do meu corpo
Encontrará meu toque macio percorrendo suas mãos e seu rosto...
E meu olhar guiará o andarilho pelo caminho curvo que eu seguirei.
Com o conforto do sorriso
E o carinho do toque.
Até me encontrar pela metade seguindo com o que resta de mim.
E quando ele olhar
Verá que eu sou e sempre fui nada mais que eu mesma o tempo todo.
Mesmo sem conhecê-lo de verdade
Serei um lugar comum para ele:
Com o mesmo dia ensolarado por fora e noite sem lua por dentro.
Mas, quando eu quiser reaver o que fui
Os ponteiros do meu relógio não voltarão
E eu serei irreversivelmente
Pertencente ao andarilho
Que um dia vai caminhar para fora do meu mundo
Levando o que eu fui um dia,
Me fazendo reconstruir o que sou
Para largar pelo mundo outra vez.


Sour .

Um comentário:

  1. amei muito(a mais puxa saca sou eu u.u)
    mas agora falando sério tu e o bruno cada dia me surpreendem mais tu tá de parabens pois tu escreve muito bem

    beijos beijos beijos

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