domingo, 7 de outubro de 2012

Palavras Em Silêncio

Ouço de vozes que eu não lembro
Histórias que eu não conheço
Tanto que foi em tão pouco tempo
Há menos de 10 minutos e eu já esqueço

As palavras aos poucos se desdobram
E revelam aquilo que se sente
Mas as vozes ainda me cobram
Pelo que a minha palavra mente

Quantas vezes você fala apenas para poder ouvir?
Apenas através das palavras você pode realmente se despir
E tentar se entender ao menos um pouco

Quantas vezes você grita apenas para tentar sentir?
Se ainda há vida, o ar em seus pulmões pode sair
Eu gritei tanto que já fiquei rouco


Mas a voz de um grito não parece a sua
O desespero parece mudar o seu tom
E a rouquidão de uma alma nua
Tem um gosto singularmente bom

Um gosto que o silêncio não conhece
E acho que por isso o silêncio me encanta
Ele mascara o desespero de uma prece
E acaba por culpar alguma ira santa

E se tudo que você consegue ouvir é sua respiração pesada?
A insônia denunciada pelas pálpebras marcadas
Elas falam mais sobre você do que se imagina

A constância do silêncio é o que me enlouquece
É por causa dele que minha alma nunca adormece
É a minha sanidade que ele assassina

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