segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Rio Escasso

Há um semi-vazio entre o sim e o não, é ali que sua voz tremula
A quase escuridão onde você fica quando não sabe o que sente
Você não sabe o porquê, mas ainda assim sua pulsação pula
Há um ruído agudo em seus ouvidos da voz que se faz ausente

O desconhecimento da sua própria carne e a presença da desilusão
São partes constituintes daquilo que você não sabe ser
As pétalas da flor que nasce após a dolorida cicatrização
Tem o mesmo aroma doce da luz fria de um dia a amanhecer

A sua parte que não faz parte porque você não a enxerga
A mão que acaricia enquanto também apunhala ao fim do abraço
Palavras são as chamas que tem a origem na sua entrega
Ao sentimento que flui como nascente em direção ao rio escasso

E é nesse preciso momento de indecisão que o rio transborda
Deixa nascer a vida onde antes não havia mais que seca
E o fio de esperança que é o que antes parecia o fim da corda
Existe apenas por existir, não perdoa e também não peca

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