terça-feira, 10 de setembro de 2013

Calmaria

Deixe o vento sussurrar enquanto a tempestade grita
Sem jamais interromper a correnteza deste rio escarlate
A reza silenciosa de sua alma torturada e aflita
É o que dá voz a este coração que já não bate

Deixe o vento gritar enquanto a tempestade ameniza
E seus olhos deixam a inundação da dor fluir
Não há mais nenhuma voz além da própria brisa
E é apenas ela que você deve ser capaz de sentir

A calmaria virá assim que você permitir que ela venha
Acredite que esse incêndio não precisa de mais lenha
Você já queimou toda carne que poderia querer queimar
Agora abra a janela e deixe entrar um pouco de ar

Você é sua própria paz, dentro da sua própria criação
Sua voz e seu silêncio, seja na insanidade ou na razão
Seja seu próprio motivo para então seguir em frente
Nada além das suas mãos vai segurar a sua mente

A calmaria só existe quando o espelho retribui o olhar
Com a calma e a dor coexistindo em perfeita harmonia
E aquela voz que absolutamente ninguém pode calar
É quem cantarola a sua triste e cansada melodia

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