terça-feira, 26 de julho de 2011

Sobre os Sorrisos e os Desamores

Nesse mundo
Prefiro ser poeta
A ser sensato:
Os sensatos se dizem felizes
Enquanto compram, riem e se distanciam
Em nome de toda aquela sujeira que eles produzem
E que nem sequer tem coragem de engolir.
Enquanto aos poetas? Ahh, os poetas!
Esses se despem sem pudor
Libertam-se, gritam pelo mundo
Destroem suas ilhas imaginarias
Tornando-as continentes.
Em verdade, só os sensatos podem ser tão serenos
Eles não se mexem, não se olham, não se tocam...
Mas mesmo assim acreditam não serem malucos
Pois nós, os poetas, é que recriamos os desamores
Fazendo dos amores malucos uma simples sugestão de como sorrir.
Mas a lucidez é reproduzida numa ilha
Onde habitam as fábricas de amores
Delas saem a sensatez, o egoísmo e a falsidade
Que fazem do mundo ilhas cada vez mais caducas.
Mas a poesia não conta apenas a nudez
A insensatez
E os amores do mundo...
E se o planeta não fosse feito de ilhas
A poesia não seria uma ponte para abismos incertos.

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