segunda-feira, 26 de março de 2012

Páginas Rasgadas

Sempre que eu fecho meus olhos, seu rosto vira realidade
E antes de me entregar ao sono, eu me entrego à insanidade
Ainda não lhe decifrei, então espero que você me devore
Enquanto procuro um lugar em meu peito em que você não more

A sua voz surge em minha cabeça cada vez que a luz se apaga
E eu não consigo controlar a vontade da minha mente que vaga
Vaga sozinha no escuro, sempre guiada pela sua voz
Com vontade de lhe encontrar para finalmente ficarmos a sós

Mais sós do que nunca estivemos
Com um pouco mais de vida
Para nos tocarmos e nos lermos
Como páginas rasgadas sem escritas


Cada vez que fecho as mãos, são as tuas unhas que me sangram
As feridas já fecharam, mas meus pés ainda não andam
Eles ainda tem medo de que você devore minha mente
Pois já devorou minha sanidade, e eu me tornei inconsequente

Em cada passo que eu dou, é teu chão que me sustenta
Não tenho nenhuma pressa e rezo para que a vida corra lenta
Ainda quero esperar um pouco antes de desatar os últimos nós
Mas tenho vontade de lhe encontrar, para finalmente ficarmos a sós

Mais sós do que nunca estivemos
Com um pouco mais de vida
Para nos tocarmos e nos lermos
Como páginas rasgadas sem escritas

Mais sós do que jamais seremos
Com um pouco menos de medo
Já somos tudo que teremos
E não fingimos nenhum segredo

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