quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Sobrevivência

Apague a luz e feche a porta, vá embora de mãos vazias
Não há mais nada para você aqui
Abaixe a cabeça, lamba suas feridas e sinta o gosto
Use essa boca que não sorri

Olhos abertos e arrependimentos atados
Sonhos amargos, pesadelos adocicados
Nada mais a perder nem a ganhar
Sobreviva às marés altas, afogado no próprio ar

Não há lugar pior que dentro de si mesmo em solidão
Para onde mais você pode ir?
Lágrimas demais já foram derramadas por nada demais
Use seus olhos para sorrir

Olhos fechados até as lágrimas desistirem
Deixe o vento secá-las e seus olhos abrirem
Desenhos nas nuvens são como os sentimentos
Você olha até achar algo quando deitado no relento

Você já chegou mais longe do que jamais imaginou
Sobreviveu a todas quedas, se levantou
Quão pior pode ser continuar vivo e andando?
Suas artérias cicatrizaram, nem estão mais sangrando

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