sexta-feira, 10 de junho de 2011

Artéria E Espinho

A cada beijo que acaba, um pouco do sentimento se esvai
O veneno é inoculado pela mesma boca que me trai
Toda vez que eu lhe abraço, seu corpo fica mais frio
O sangue corre lento, mas o coração está vazio

Nos perdemos mais uma vez, meu amor
Nos perdemos e não cremos
Nem nas pétalas, nem na flor

Mas acreditamos no espinho, minha querida
E no sangue que o tinge
E na artéria que ele atinge, abrindo a ferida

A cada beijo que começa, um pouco da vida se esvai
Não me impeça quando o que restar é o que nós não somos mais
A cada toque em sua face suas feições ficam mais duras
Não me fale da doença se você não conhecer a cura

E então, meu amor, pra onde nós vamos?
Acho que não temos nada
Além do precipício onde estamos

Estamos em queda livre, e onde vamos parar?
Não tenho nenhum receio
Mas ainda não creio que terei onde me abrigar

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