quinta-feira, 23 de junho de 2011

Poesia E Lágrimas

Não resta dúvida nem espera
Pelo pouco que ainda virá
Não haverá último suspiro
E a voz se calará
E enquanto você ri hoje do que ontem não riria
Agora chora a poesia

Não há tanto desespero
Nem desejo de vingança
E você ainda não é o alvo
Do olhar que a vida lança
E agora que você acabou de chegar aonde nunca chegaria
Ainda chora a poesia

Sem critério para escolha
E nenhuma chance de voltar
Desate o último nó
E deixe o vento lhe guiar
E então, depois dessa manhã tão tardia
Ainda chorará a poesia

Através de versos sem rimas
A vida se torna tão arredia
Seria um verdadeiro crime
Não aproveitar a luz do dia
Nem que seja só para enxergar
As lágrimas que derrama a poesia


Sua sede irá lhe guiar
Pelo caminho sem domínios
E ninguém poderá ser lá
Dono do seu único destino
Ninguém podera lhe ferir com uma alma vazia
Enquanto chora a poesia

Haverá tão pouca certeza
E será rodeada pela imprecisão
Lhe restará um pouco de insanidade
E quase nada de razão
E agora você vê tudo que antes não via
Vê também chorar a poesia

Através de palavras sem sentido
A mente, aos poucos, se torna vazia
E a partir de então
Os olhos não serão mais seus guias
E eles irão derramar
Tantas lágrimas quanto a poesia


Nunca houve explicação
E nós não teremos conhecimento
Nós temos o que restou
E se parece com sentimentos
E nós ainda temos um pouco de rebeldia
E o que chora a poesia

Acabou-se toda vontade
E não existe sequer um motivo
Mas você sente falta
E não sente tão vivo
Você é aquilo que você cria
Enquanto chora a poesia

Através de versos sem rimas
A vida se torna tão arredia
Seria um verdadeiro crime
Não aproveitar a luz do dia
Nem que seja só para enxergar
As lágrimas que derrama a poesia

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