quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Santidade do Pecado

Meu corpo vaga, mas é como se ele ainda estivesse inerte
E evita fazer qualquer som, para que minha mente não desperte
Minhas mãos continuam intocadas pela santidade do pecado
E a inocência ainda me mente que não há nada de errado

A salvação da mente que se perde
É o sentimento que o coração não controla

O olhar é vago e as promessas vãs ainda tem seu muito do gosto
E seu dna permanece nas cicatrizes que permeiam meu rosto
Há um espinho em cada mão, mas o sangue não sai pela ferida
Ele vaza pelo olhar, por causa da promessa nunca cumprida

O ressentimento já foi amargo, mas agora não passa de insípido
E hoje resta como apenas uma lembrança de um sentimento ríspido
Agora resta apenas a dívida que nunca poderá ser cobrada
A eternidade que é mentira para manter a voz enjaulada

O sentimento incontrolável virou a salvação
Para o fragmento que se perde da mente
Aquela qualquer coisa que mantem a pulsação
Um pequeno pedaço de qualquer revelação
Para sustentar a sanidade decadente

Há algo que se perde cada vez que você mente
Um pouco do seu verdadeiro eu que desaparece
Em nome daquilo que você não sente
As brasas da fé que um dia já foi ardente
Se apagam e você aos poucos as esquece

Nenhum comentário:

Postar um comentário