segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Panacéia Perversa

Seus lábios são tão doces quanto uma doença
E sua ausência tem gosto de cura
O julgamento por trás dos seus olhos fechados
E o abraço que não me segura

A boca fechada que nunca me responde
Me pergunta agora o que há de errado
Eu não sinto mais o gosto do seu olhar
Nem vejo as cores do seu palavreado

E talvez eu goste do momento
Que precede o instante em que a alegria se dispersa
E talvez eu prefira o gosto da doença
Toda vez que a panacéia for perversa

Talvez eu prefira definhar
Do que beber o elixir de gosto amargo
Melhor saborear o tom doce da sua voz
E morrer aos poucos do seu lado

Você me atira ao fogo
E sempre espera que eu saia ileso
Mas por mais que eu abra a boca
Meu grito continua preso

Talvez por isso você não saiba da dor
E não entenda o que há de errado
É que eu nunca mais senti seu gosto
Nem entendi o seu palavreado

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