segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ao Limite

Creia em mim quando eu lhe digo
Poderia ser pior que o castigo
Quando todos olhos se voltam pra você
E não há mais o que se fazer

Quando não há ninguém que lhe diga
Que a vida não é sua amiga
Talvez você demore para notar
Que o mundo não vai te segurar

Você pode orar à vontade
Implorar e se esbaldar em auto-piedade
Decidir que não quer saber mais
E fingir que, de alguma forma, isso traz paz

Até perceber que só você pode decidir
O poder é seu, de levantar ou cair
Mas até chegar ao limite
Você talvez não acredite

Existe muita dor, mesmo sem ferimentos
E um pouco de tempo entre os momentos
As lembranças não ferem mais, mas o vazio...

Todas as vozes no meio da multidão
Só ajudam a aumentar a sensação
De que algo ficou e muito se esvaiu

No céu não há nada além da lua
Não há nuvens, nem pessoas nessa rua
Mas pelo menos não está tão escuro

É possível se acostumar à solidão
Pois todas as vozes se silenciarão
Depois que for levantado o muro

2 comentários:

  1. Só eu encarei o verso: "No céu não há nada além da lua" como uma negação da metafísica? No caso, entendendo céu como a redenção.

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  2. É aí que fica toda a beleza da interpretação. Eu não cheguei nem perto de querer dizer isso, mas adorei essa leitura tua. xD

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