segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Doença

As gotas ainda batem na janela
Trazem um pouco de caos e alegria
E fazem bem à minha mente
Assim como a sua companhia

A sua voz é ausente, mas ecoa
E repete meus pensamentos no vazio
Vocifera meu nome em silêncio
Para me provar que você partiu

Lembro que sua respiração seguia no mesmo ritmo que a minha
Enquanto sua fala ofegante me entregava o que você não tinha


As gotas ainda batem na janela
Trazem um pouco de caos e movimento
Algum outro som nesse lugar sem vida
Para talvez ofuscar o som do sofrimento

A solidão permanece em silêncio
Enquanto as paredes ganham contornos
E meu sangue, que já foi fervente
Hoje não passa de morno

Lembro que sua respiração seguia no mesmo ritmo que a minha
Enquanto sua fala ofegante me entregava o que você não tinha
Talvez você seja apenas uma criação da minha mente vazia
E talvez a realidade não suporte o que a minha mente cria


E eu me sinto indefeso como uma criança
Em uma tempestade, sem ninguém para dar a mão
Não há nenhuma voz para me acalmar
Apenas o som da chuva e do trovão

Como se estivesse nu e contra o vento
Aceitando o que o tempo joga em mim
Granizo e medo, relâmpago e dor
Esperando apenas que venha logo o fim

E eu ainda lembro das nossas respirações juntas
No silêncio, nossas vozes soavam como muitas
Talvez você tenha existido apenas na minha mente
Mas eu espero que eu não esteja tão doente

Nenhum comentário:

Postar um comentário