terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Doce Fruto


Talvez se você me ouvisse
Falando dentro de você baixinho
O quanto eu te quis, o quanto te quero
O quanto eu busco o teu sentido
Mas você não me ouve, eu não grito
E hoje essa luta só me mata
Seria como me dar um tiro
Mas você não compreende, não sabe nada
Você não vê o quanto me atormenta
Saber que o seu começo é o meu fim
E agora eu não mais entendo
O que é que você quer de mim
Depois de me cozinhar em fogo brando
Você me tira e põe à mesa
Me prova como se nada houvesse
E age como se ainda vivêssemos
Apenas pra redescobrir a melhor maneira de me ter...
E depois de reprovar o gosto de nós dois
Sentada à mesa, me olha com indiferença
E saboreia o amargo, doce fruto
Dos pensamentos que já dedicou a outro
Enquanto eu te quis, e como fui tolo
O quanto que eu pude te amar
Mas agora que sabe, o quanto desejei
Ouvir tua voz, poder te tocar
Agora você sabe que tudo se foi
E que agora é tarde, mas estou aqui
Remetendo a tudo que me dói
Pra te dar um beijo antes de ir
E te deixar com um gosto amargo
Do doce fruto de um adeus estragado
Que você vai ouvir baixinho
E saborear até o último pedaço
Porque eu mastiguei essa dor por anos
Está na hora de vomitar pra viver
De me virar e seguir meus planos
Mas dessa vez, eu vou sem você
E você vai ficar e falar baixinho
E eu não vou estar aqui pra te ouvir
E isso vai doer, vai doer tanto
Que desejará para sempre não sentir
Assim como não te sinto, assim como não te ouço
Você entenderá o sentido que tem
Entrar em campo e perder o jogo.
Fique com nossa dor, fique com minha palidez
Fique com a desnutrição que eu nutri mastigando você
Ouça meu andar enquanto em afasto
E descubra que é só um sonho, você já perdeu meus passos

Sour .

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