quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Naturalidade

O que diz a sua voz
Quando meus ouvidos não estão por perto?
Gritos em vão por clemência
Ou apenas ecoa como silêncio no deserto?

O que vêem seus olhos plácidos
Quando suas pálpebras obstruem o caminho?
Seu próprio reflexo cego
Ou egoísmo embriagado por sangue e vinho?

Você é o que há de sobras
Quando seu espírito se decompõe
Uma casca vazia de carne e ossos
Um sótão fechado sem janelas ou alçapões
Um prisioneiro em sua própria mente
Feito de restos mortais de uma personalidade
Egoísta e ensimesmado, tentado ser o que não é
Sangrando quando questionado sobre naturalidade

O que sobra em suas veias
Quando o ferimento se torna cicatriz?
Memórias e momentos doces
Ou apenas crueldade e atos vis?

Quando a alma se despedaça
Você tem algo restando além de medo?
Escuro como uma noite sem estrelas
E a madrugada ainda é muito cedo...

Você é o que há de sobras
Quando sua mente se despedaça
Uma caixa vazia de sangue e carne
Um mero invólucro vazio, apenas uma casca
Um prisioneiro de seu próprio espírito
Feito de restos mortais da sua sanidade
Egoísta e ensimesmado, tentado ser o que não é
Sangrando quando questionado sobre naturalidade

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