segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Magia

Deixe que o sangue pingue e que a lágrima escorra
Não há por que se entregar ou deixar que a magia morra
Deixe que o feitiço tome conta da sua mente
Não há motivo para deixar de ser incoerente

A luz em suas mãos, a voz em sua cabeça
E a voz em sua boca insistem que você esqueça

Deixe que haja escuridão e um pouco de silêncio
E que o medo se torne cada vez mais intenso
Que haja culpa sem castigo e crime por omissão
E que a insanidade tome conta de toda razão

A luz em suas mãos, a voz em sua cabeça
A voz em sua boca insiste que você esqueça
Se esqueça que não há mais voz, o grito ficou mudo
O silêncio berra quando você se corta fundo
Mas não atinge a veia, e então não há dor
Também não há luz, e por isso não há cor
Você não se deixa, não se permite sangrar
Quer provar para si que pode viver sem ar
Prende a respiração, esperando que a magia aconteça
Mas não pode impedir que a vida adormeça
O peso lhe cansa e os ombros não resistem
Você não quer ouvir, mas as vozes insistem
"Você tem que continuar, não pode parar agora"
"Apenas mais um corte ou a magia se deteriora"

Feito o último corte, está completo o ritual
Agora só há escuridão, para o bem ou para o mal

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