Livro-me de todos os pensamentos
Toda noite quando tinjo o relento
Com a cor de teus olhos sem sentimentos
O céu escuro que me ilumina
Joga todas as cores direto na minha retina
Nas noites claras da minha sina
A perda dos sentidos é só uma consequência
Saber e sentir nunca foram ciências
Ainda sou um cego pela falta do que ver
O que sobra é apenas o resto ao amanhecer
Atingido em cheio pela claridade
Um pouco de lucidez em resposta à vaidade
Talvez apenas o que falta seja temeridade
Uma certeza e uma ilusão de mãos dadas
Poderia ser real, poderia não ser nada
Eu ainda pincelo o horizonte com suas estrelas roubadas
A perda dos sentidos é só uma consequência
Saber e sentir nunca foram ciências
Ainda sou um cego pela falta do que ver
O que sobra é apenas o resto ao amanhecer
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