Eu quero a voz nua do silêncio
Gritando em cada momento de solidão
Aquela voz que emana do nada
E mata minha própria reflexão
Não me deixa ter concentração
Quero a paz de um canto escuro
E a luz de um dia nublado
Mais nuvens e menos sol
Menos portas e mais cadeados
Prefiro permanecer trancado
Quero a lucidez que dura apenas um instante
O beijo sem sentimento de uma amante
Repleto de lascívia, e sem fundamento
Quero a vida que se extingue após o beijo
A palavra que se desculpa pelo que eu não desejo
Repleta de temor e arrependimento
A sina que se completa cada vez que eu me arrependo
Quero um pouco mais daquilo que eu não entendo
Um pouco mais do que não me faz falta
Uma boca sem argumentos e uma mente vazia
Um pouco menos de cura e um pouco mais de agonia
Aquela mesma agonia que me mata
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